O
que aconteceu na escola em Realengo no Rio e que acaba de acontecer
na escola em Suzano, São Paulo, poderá acontecer novamente e não tem
nada a ver com falta de segurança.
Lecionei e fui coordenador em uma escola pública onde
havia dois sargentos da polícia militar de plantão em todo horário
escolar. A única coisa que eles interferiam, vez ou outra, era em
pequenos conflitos entre alunos, pois não fazia diferença alguma
entre o comportamento dos alunos. O que mais incomodava aos
professores e coordenadores da escola era ausência dos pais dos
alunos. Uma das coisas mais difíceis era conseguir reunir os pais
dos alunos problemáticos, pois a maioria não comparecia, e quando
participava era ainda mais decepcionante, pois não sabiam nada sobre
os filhos, e, às vezes, até com comportamentos agressivos e pior que
os filhos.
O maior problema, hoje em dia, é que os pais não
conseguem educar seus filhos e querem que o professor eduque mais de
40 em poucas horas. São raros os pais que comparecem às reuniões
escolares e querem saber sobre os filhos. A maioria não tem tempo e
não gosta de ouvir sobre o comportamento dos filhos.
Já tivemos algumas confissões de alunas grávidas, que
escondiam dos pais, pois eles não estavam nem aí com a vida delas. O
que mais falta é a educação dada em casa. Portanto, se não houver
envolvimento dos pais na criação dos filhos, não haverá solução na
violência nas escolas.
(Por Luiz
Martins)